domingo, 26 de abril de 2009

Far-Pel 195 termina empatado no Nicolau Fico

Clássico 195 teve muita disputa


Tem sido assim. Clássico no General Nicolau Fico é sinônimo de empate. Hoje, o tempero a mais no confronto foi o aniversário de 83 anos do Fantasma. Não teve bolo do torcedor, que compareceu em bom número. Também não teve cereja, já que o Farroupilha empatou no finalzinho, mas não conseguiu a virada. No final, o empate acabou sendo um resultado justo pelo que apresentaram as duas equipes ao longo dos 90 minutos.


PRIMEIRO TEMPO: O MARASMO

Diferentemente do clássico da Boca, no de hoje o equilíbrio existiu nos dois tempos. As equipes alternaram bons e maus momentos. O Farroupilha teve a posse de bola durante praticamente toda a primeira etapa, enquanto o Pelotas só se defendia. Mas as melhores oportunidades da primeira etapa foram... do Pelotas!!! É impressionante como o Fantasma roda com a bola sem objetividade alguma.

Na parte tática, novidades nos dois lados. As duas equipes vieram com uma linha de 4 atrás. No Farrapo, Evandro, Pelezinho e Dione alternavam entre a marcação e a armação, e Élton Corrêa reestreou com a camisa do clube. Já o Pelotas veio com Deivid pela primeira vez como lateral, sua posição de origem (nota: lateral, não ala), e Xaro como meia pela esquerda. Aliás, o posicionamento do atleta merece um post à parte, que será publicado ao longo da semana.

O Lobo chegou com Dauri, num cruzamento perfeito de Xaro que passou muito perto da trave. O goleiro Fernando deu calafrios na torcida ao sair da meta em pelo menos duas oportunidades, mas mostrou categoria ao driblar os atacantes do Pelotas. Na melhor chance da primeira metade, Michel, de atuação apagada, deixou Alex Paulista na cara do gol. Ele bateu de três dedos e perdeu uma chance incrível, sofrendo críticas do técnico Bebeto Campos, que esperava que o meia "simplificasse" a jogada.

SEGUNDO TEMPO: EMOÇÃO E GOLS

Apesar da indignação, não foi por causa do lance que Alex foi substituído no intervalo. A entrada de Anderson Ijuí no time já havia sido treinada em coletivos ao longo da semana. E é impressionante a qualidade deste atleta. Seu toque refinado e sua velocidade deram ao áureo-cerúleo uma melhor dinâmica de jogo. Com isto, o time visitante amassou o tricolor nos primeiros 20 minutos desta etapa.

Em jogada pela esquerda, Michel rolou para Ijuí chutar forte, mas o goleiro Fernando apareceu bem para efetuar a defesa. O guarda-metas foi protagonista um pouco depois, ao deixar o zagueiro Cabral na "fogueira". Para se livrar da dividida o camisa 4 fez a falta em Michel, a qual não foi assinalada pela arbitragem. Aos 10 minutos não teve jeito: após escanteio batido por Ijuí, Cirilo subiu sozinho para botar no fundo da rede, abrindo o gol para o Lobo. Gol este que provocou mudanças no Farroupilha. A entrada de Tiago Boiadeiro no lugar de Dione mudou o panorâma da partida mais uma vez.

O tricolor era, até então, um time pesado. Élton Corrêa, Manga e Magno lutavam muito, mas tinham dificuldades na hora de finalizar por não haver uma velocidade maior na triangulação das jogadas. A entrada de Tiago mudou isso, aproximando o meio e o ataque. Outro fator que ajudou na mudança da partida foi o próprio Pelotas, que se retrancou depois do seu gol. Fabrício e Deivid passaram a ser zagueiros pelos lados, ambos sem passar da linha do meio. Xaro e Ijuí também voltavam muito, deixando os atacantes isolados.

O golpe veio aos 29 minutos: jogada de Magno pelo meio. Ele lançou em profundidade para Boiadeiro, que chegou antes de Deivid e Roger na bola e deu um toque preciso para o gol. Um detalhe técnico: se viu claramente no lance a demora da zaga ao fazer a cobertura. Ela se justifica pela equipe estar acostumada a jogar com uma sobra (o líbero, no esquema com 3 zagueiros). Roger saiu afobado do gol, é verdade, mas a defensiva áureo-cerúlea deu uma grande bobeira no gol do Farroupilha.

Nos últimos 10 minutos, pressão total do time da casa. A bola circulava de um lado para o outro da área do lobo, e não aparecia um "pezinho artilheiro" por parte do Farrapo. O apito final trouxe as vaias dos torcedores áureo-cerúleos, que se revoltaram com aquele final de partida, e um sentimento amargo para o torcedor tricolor, que ficou com a sensação de que o seu time poderia ter saído com a sua primeira vitória na competição.

FARROUPILHA (1): Fernando; Leandro, Claiton, Cabral e Michel Gomes (Gil); Dione (Tiago Boiadeiro), Rafael Pelezinho, Evandro, Manga (PC) e Élton Corrêa; Magno.
Técnico: PC Leal

PELOTAS (1): Roger; Deivid, João Carlos, Cirilo e Fabrício; Carlos Alberto, Maurício, Xaro(Miguel Inácio) e Alex Paulista (Anderson Ijuí); Michel e Dauri (Santiago)
Técnico: Beto Campos

CARTÕES AMARELOS: Leandro, Dione, Evandro e Magno (GAF), Roger, Carlos Alberto e Maurício (ECP)
ARBITRAGEM: Anderson dos Santos, com Alexandre Oliveira e Danilo Gomes

Foto: Gabriel Xavier

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