terça-feira, 16 de junho de 2009

Arbitragem rouba a cena em mais uma vitória do Lobo



Feriado: Tempo das pessoas relaxarem, curtirem a família, descansarem um pouco, esquecer do trabalho. Por isso acabei aceitando o convite de passear e, como a vida é feita de escolhas, acabei perdendo o jogão entre Brasil e Criciúma. Os questionamentos dos colegas Felipe Bastos e Fernando Monassa no Toque Esportivo me situaram um pouco sobre o que foi o confronto, mas é óbvio que ver o jogo na íntegra é totalmente diferente. Por isso não pretendo opinar sobre a formação Xavante até o jogo de sábado, contra o Caxias.

Não muito diferente é a situação com o Pelotas. Jogo segunda à noite é complicado para um universitário que está quase se formando e, por isso, tem compromissos importantes. Mesmo assim, não há como não falar da péssima arbitragem do seu Artur Virgílio Brasil na noite de ontem. Em uma partida com vários atrativos, ele conseguiu roubar a cena. Graças às imagens da TV UCPel, eu pude acompanhar os lances capitais da partida, e me baseio nelas ao escrever este post.

Nas primeiras divisões já se vê péssimas arbitragens diariamente. O escândalo de Edílson Pereira de Carvalho, em 2005, foi só o primeiro episódio de uma série que retrata um problema que não é de hoje e que tão cedo não vai acabar. Errar é humano, e nesse sentido sempre vejo o juíz como refém, aquele que é julgado antes das quatro linhas, um profissional que merece ser mais respeitado do que é. Mas assim como em outras profissões, na arbitragem há muitos profissionais excelentes e tantos outros ruins. O problema surge quando os últimos aparecem com mais frequência do que os primeiros.

Em 2007, logo após o escândalo com a bandeirinha Ana Paula Oliveira, eu fiz uma matéria sobre a arbitragem pelotense, na qual entrevistei Jean Pierre Lima, agora árbitro da CBF. Nesse momento que comecei a entender o quão grande é o desafio do juíz. Ele é o único que joga contra as duas torcidas, que é criticado mesmo quando acerta, que é sacrificado quando erra e usado de desculpa para justificar a incompetência de técnicos e jogadores no momento de uma derrota. Ou seja: Úm juíz de futebol precisa ter discernimento e muita auto-confiança, do contrário será dominado por um dos fatores que não jogam a seu favor.

Discernimento, pulso e, principalmente, auto-confiança foi o que faltou para Artur Brasil na noite de ontem. Os erros cometidos contra o Pelotas, como um pênalti claro não-marcado, pesaram contra o árbitro, gerando a revolta dos áureo-cerúleos. Em entrevista cedida ao meu colega Renan, Cirilo confessou todo o descontentamento da equipe com o apito. A primeira expulsão do Lajeadense, justa - dois amarelos bem aplicados, complicou de vez a situação do juíz. É verdade que os atletas da equipe foram exagerados, com um deles chegando inclusive a agredir um membro da Brigada Militar, mas as quatro expulsões foram o reflexo do que é a falta de controle de um árbitro sobre uma partida.

Não tento defender os jogadores do Lajeadense, que foram, acima de tudo, imaturos e precipitados, mas pelo menos uma expulsão foi injusta: Após uma falta, um atleta da equipe visitante (não sei o nome dele, só vi as imagens) dá um soco no ar, numa atitude de alguém que está p* da vida e quer se livrar daquele sentimento. Artur Brasil interpreta que o soco tinha por intenção atingi-lo e expulsa o jogador. Detalhe: O atleta estava a meio metro do juiz e, se efetivamente quisesse, certamente teria acertado o golpe.

Artur Brasil errou, e pecou ao não ter frieza suficiente para controlar o jogo. Mas se o retrospecto da nossa arbitragem fosse melhor, certamente teria atenuado as lambanças do juíz. Nem 8, nem 80, como diz o ditado. Nem todos os árbitros são "ladrões", como dizem os torcedores nas arquibancadas, mas é necessário um pouco mais de calma e dedicação para elevar o status da arbitragem gaúcha.

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