De 7 e ao natural

Não dá pra tirar uma febre do time com a derrota de hoje frente ao poderoso Internacional.
São realidades opostas, mundos opostos. O inter tem uma folha salarial de 3 milhões/mês. O xavante, de 60 mil. Só o salário do jogador Nilmar é capaz de sustentar o Rubro-Negro por 2 meses. Aí fica complicado pensar que o 7 a 0 foi vergonhoso. Vergonhosa é a campanha do time, que ainda não ganhou nada. Vergonhoso foi não arrancar pelo menos um empate em Santa Maria, frente ao fraco Inter-SM.

Voltando à partida, o fato polêmico foi a expulsão do volante Fred, aos 18 minutos. Eu achei a marcação injusta. Mesmo que a falta fosse para amarelo, faltou critério na arbitragem em lances semelhantes protagonizados posteriormente. Detalhe: a expulsão prejudicou o xavante, mas não foi o crucial para a derrota.

O Inter foi superior desde o começo da partida. Todas as jogadas passavam pelos pés de Andrezinho, que lançava a dupla de velocistas Taison - Nilmar. O xavante não conseguia chegar ao ataque. No primeiro tempo, o colorado só fez um gol, com Andrezinho numa falha de marcação do meio xavante. No começo do segundo tempo Magrão ampliou, aí a maionese desandou.

Analisando taticamente, o xavante foi bem da defesa para trás, apesar dos 7 gols. Alex Martins e Rodrigo fizeram bem o trio com Alemão, alternando entre sobra e marcação. O goleiro Luis Carlos provou que deve ser titular do time. As poucas jogadas de ataque saiam da dupla Gabriel - Gleidson, pela esquerda. O problema é que Gabriel jogou como único atacante no esquema 3-6-1, ou seja, ele atuou todo o tempo de costas. Não é a característica desse atleta, que teve de sair muito da área para construir as jogadas.

No meio, Cléber Gaúcho e Jorge Mutt jogaram mal. Os dois estão sem boas condições físicas. Sella também não agradou. Magno ficou muito isolado. Kélson entrou bem no time, e provou que o melhor esquema de jogo é mesmo o 3-5-2.

Para a próxima partida, Abel Ribeiro deveria lançar mão de um 3-5-2 com os 3 zagueiros de hoje e Luis Carlos. No meio, Gaúcho e Picon, que é mais marcador, como volantes, e Magno na criação. Gleidson e Lyndson nas alas, posicionados praticamente como dois pontas, para auxiliar Magno na armação. No ataque, Kélson no comando e Gabriel na velocidade.