domingo, 17 de maio de 2009

Um 10 com jeitão de 7

Como o meu colega Renan já escreveu, o foco estava em Sotilli, que podia chegar a marca de maior artilheiro do século na Boca do Lobo. Mas o centroavante encarnou o espírito "garçom" na noite de ontem, e quem se destacou na noite foram os seus companheiros de ataque, Tiago Duarte e, principalmente, Dauri. Que futebol encantador mostrou o camisa 10 !!! Voltava para marcar, apoiava na armação das jogadas e não deixava de ser o segundo atacante, estando sempre ao lado de Sotilli quando este caia pelas pontas para construir uma jogada. Um curinga em campo !!!

Antes de continuar falando de Dauri, uma passada rápida no jogo. Teve pressão do São Paulo, teve gol de Carlos Alberto (como cabeceia bem !!), teve um Tiago Treichel muito habilidoso e fora de forma. Aliás, que jogador poderia ter sido o pelotense. Ele bate diferente na bola, tem visão de jogo, se posiciona bem e sempre assusta na bola parada, mas em alguns momentos parece que Tiago não tem vontade de jogar. É mais um desses jogadores que tomou um caminho errado e por isso não venceu na carreira.

Na segunda etapa o Pelotas jogava melhor, e chegou aos 2 a 0 com tranquilidade. Sotilli presenteou Dauri, bem posicionado, que não desperdiçou. Os impedimentos evitaram que o mesmo Sotilli fizesse o seu gol na noite, muitos deles em posição extremamente duvidosa. Aí apareceu o time visitante. A pressão do São Paulo, que começara a chegar fácil na área áureo-cerúlea, ficou ainda mais evidente aos 40 com o gol do uruguaio Castillo, após boa jogada pela direita. Iam ser 5 minutos de pânico para o torcedor... não fosse Tiago Duarte. Em boa jogada de Sotilli novamente, ele aproveitou a sobra e emendou um canhão no ângulo. Um golaço !!!

DAURI

O conjunto do Pelotas foi muito bom ontem, por isso não sei se dá para dizer que Dauri foi o melhor em campo, mas o seu posicionamento tático me chamou a atenção. Ele volta para marcar, dando o combate um pouco à frente de Ijuí. Para entender: como o Pelotas joga com apenas um meia de ligação, alguém tem de dar o combate no primeiro volante adversário, que geralmente é o responsável por fazer a saída de jogo. O 10 do lobo pressionava naquele setor, e fechava rapidamente pela ponta quando precisava compor o ataque. Ele também volta para ajudar Ijuí na armação, e faz um revezamento de posições com Sotilli quando este faz a ponta.

A mudança de função constante é o que encanta em Dauri, que não é aquele centroavante duro, burucutu, trombador. É um jogador forte, mas que também tem muita habilidade e senso de futebol. Apesar disso, não sei se ele chega a ser um 10. Acho que a 7, camisa que caracteriza o segundo atacante, mas que também é usada por volantes e meias, cairia melhor no atacante.

Dauri pode não ser o ídolo máximo da torcida, até em função da identificação com Sotilli, mas em pouco tempo deve grifar o nome na galeria dos ídolos áureo-cerúleos

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